HISTÓRIA ORAL E IMIGRAÇÃO: MEMÓRIAS E HISTÓRIAS DE
MULHERES TAIWANESAS EM MANAUS 1970-2019
O presente texto tem como objetivo apresentar as
experiências e memórias de mulheres taiwanesas que migraram para Manaus a
partir da década de 1970, apresentando um diálogo com as questões de migração e
história oral partindo das entrevistas com quatro mulheres taiwanesas que
versaram sobre suas histórias de vida desde sua origem em Taiwan até Manaus.
Para entendermos a migração de mulheres taiwanesas
para a cidade de Manaus, é necessário entender alguns aspectos que envolvem a
ilha de Taiwan no passado e atualmente. Taiwan é uma ilha ao sudeste da China,
o país chinês a considera como uma das suas províncias, porém Taiwan não se
julga parte integrante dessa China em ascensão.
Atualmente a China declara Taiwan como uma de suas
24 províncias, porém as relações políticas entre o país e a ilha não são
amigáveis desde o fim da Revolução da Cultural chinesa 1949. Taiwan antes da
Segunda Guerra Mundial era considerada território do Japão, mas após a derrota
do país, a China anexou a ilha aos seus domínios ao final da guerra. Contudo,
com a guerra civil em 1949 entre os comunistas liderados por Mao Zedong do
Partido Comunista Chinês e os nacionalistas seguindo Chiang Kai-shek do Partido
Kuomitang, Taiwan novamente passou por mudanças políticas e sociais profundas.
O líder nacionalista, com a derrota sofrida no continente pelos comunistas,
juntamente com suas tropas e seguidores instalou-se em Taiwan declarando a ilha
como a única República da China. Paulo Pereira Pinto explica que os Chiangs
reprimiam os taiwaneses que eram partidários da independência de Taiwan do
país chinês e resistiam às investidas
americanas para separar os dois lugares. A repressão política aos próprios
taiwaneses estimulou um grande processo de imigração que fizeram com que muitos
grupos migrassem para outros países naquele momento. Atualmente Taiwan se
declara como um país independente politicamente da China, com seu próprio
governo democrático, mas não há um processo de independência formal, e apenas
alguns países reconhecem a ilha como um Estado nacional.
Compreende-se que os fluxos de imigrantes chineses e
taiwaneses para o Brasil se intensificaram a partir da segunda metade do século
XX. Percebe-se que o fluxo migratório é
maior nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, mas Manaus vem ganhando um
olhar diferenciado nesse âmbito. Em nossas pesquisas, embora não tenhamos
encontrado dados estatísticos específicos acerca da presença de chineses e
taiwaneses em Manaus, foi possível observar sua forte atuação no centro da
cidade. Várias lojas que constituem o comércio do centro pertencem a chineses e
taiwaneses. Dentre esses sujeitos, a presença das mulheres é marcante e foi
possível, num primeiro momento, perceber que elas vieram através de redes
familiares ou mesmo sozinhas.
Interessam-nos aqui os sentidos e as memórias que as
mulheres taiwanesas atribuíram às suas trajetórias de vida, os processos de
imigração bem como as relações que estabeleceram/estabelecem na cidade de
Manaus. Para isso nos utilizaremos fundamentalmente dos diálogos estabelecidos
com as entrevistas que realizamos com mulheres taiwanesas migrantes. Compreende-se
que o modo de imigrar de homens e mulheres é diferente, e ao colocar as
mulheres taiwanesas como protagonistas de suas histórias deixamos de lado a
perspectiva de que as mulheres migrantes são apenas coadjuvantes no processo
migratório.
É importante
expor que colocamos mulheres taiwanesas porque há uma diferenciação entre os
migrantes da China continental e de Taiwan, as mulheres aqui entrevistadas não
se reconhecem como migrantes chinesas, afirmam sua identidade como taiwanesa.
O sociólogo
Tomaz Tadeu da Silva explica que quando se afirma uma determinada identidade,
logo, se excluem determinados grupos identitários. Quando as mulheres
taiwanesas declaram que suas identidades estão ligadas a Taiwan, elas reiteram
que não são chinesas e que seus costumes também não pertencem a China
continental, elas estabelecem uma diferença entre os migrantes chineses e os
migrantes taiwaneses ‘‘A afirmação da identidade e a marcação da diferença
implicam, sempre, as operações de incluir e excluir. A identidade e a diferença
se traduzem, assim, em declarações sobre quem pertence e sobre quem não
pertence, sobre quem está incluído e quem está excluído.’’ [SILVA, 2000, p.75]
Carlos Freire da Silva, mesmo não fazendo uma
diferenciação de identidade acerca dos lugares de origens dos imigrantes
chineses abordados em seu trabalho, ao falar dos imigrantes que chegaram no
período de 1970 explica que os taiwaneses foram os primeiros a chegarem no
Brasil nessa nova imigração do século XX, como colocado acima devido as
conturbações política ‘‘Alguns dos primeiros taiwaneses que chegaram ao Brasil
nesse ciclo vieram como o auxílio de entidades religiosas cristãs, entre eles
um grupo que fundaria em São Paulo a primeira Igreja Presbiteriana de Formosa
no Brasil. Os migrantes procuravam refúgio das tensões políticas que envolviam
Taiwan e traziam recursos que foram investidos no seu estabelecimento no
país.’’ [SILVA, 2018]
No Brasil, mesmo que o número de taiwaneses seja
pequeno, compreende-se que os taiwaneses se concentram a partir da Igreja
Presbiteriana em São Paulo e a partir dela constroem redes de imigração e
solidariedade por todo o país.
Embora as
relações entre China e Taiwan sejam complexas em todos os âmbitos, mas para
compreender os aspectos que envolvem a imigração de ambos os lugares para o
Brasil, faz-se importante diferenciar os imigrantes e seus lugares de
pertencimento a fim de entender as múltiplas experiências que esses sujeitos
possuem, no caso, as experiências e memórias de mulheres taiwanesas.
As memórias e
histórias das mulheres taiwanesas aqui apresentadas podem não representam todas
as mulheres migrantes de Taiwan, mas são importantes, pois suas experiências de
vida representam grande parte do processo de imigração.
Como dito
acima, as nossas principais fontes são as entrevistas com quatro mulheres
taiwanesas que residem na cidade de Manaus. Entendemos que os discursos
colocados nas entrevistas são subjetivos e essa qualidade da oralidade nos
possibilita a olhar novos horizontes a partir da memória, podendo assim acessar
sujeitos que não estão inseridos nos documentos oficiais.
Conforme historiador José Carlos Sebe Meihy explica
que ‘‘Ao contrário da disciplina História, a memória individual ou de
determinado grupo tornou-se matéria prima para a formulação de narrativas que
se amparam em lembranças e referenciais que dispensam provas ou enquadramentos
ditos científicos, confirmados por documentos escritos, arquivos e
protocolares.’’ [MEIHY, 2008, p. 143]
Portanto, a História Oral, não apenas como uma
disciplina ou uma metodologia, apresenta-se como campo capaz de engendrar
memórias e narrativas que nos possibilitam compreender processos e sujeitos
históricos que foram silenciados.
A História
Oral nos estudos de migração nos permite compreender as experiências de vidas
de sujeitos marginalizados, como as mulheres que acabam não sendo vistas como
protagonistas no processo de migração. Alessandro Portelli expõe que a História
Oral é, sobretudo, uma historia vista de baixo, “A história oral, em essência,
é uma tentativa de reconectar o ponto de vista, nativo, local, vindo de baixo,
e o ponto de vista cientifico, global, visto de cima: de contextualizar aquilo
que é local e de permitir que o global o reconheça.” [PORTELLI, 2016, p. 155]
Nossas hipóteses partem das experiências e memórias
dos nossos narradores, pois, parte-se do presente para compreendermos o
passado. Mesmo que seja uma memória individual, ela só pode ser construída e
solidificada coletivamente. As experiências e memórias das mulheres taiwanesas
diferem uma da outra, mas, o que as unem são o sentimento de pertencimento a um
determinado lugar e o processo migratório. Michael Pollak explica o que
consiste a memória é a identidade que o individuo ou grupo social atribui a si
em relação aos outros [POLLAK, 1992].
Neste
sentido, acreditamos que uma história que ilumine a especificidade dos sentidos
e dos significados das migrações femininas, no caso, mulheres taiwanesas em
Manaus, nos clareia sobre a diversidade de relações que constitui uma
sociedade. Portanto estudar a história das mulheres taiwanesas em Manaus nos
traz à tona histórias marcadas por experiências diversas de uma cultura do
outro lado do mundo. É mostrar a história do ponto de vista dessas mulheres
migrantes e de suas subjetividades, colocando em evidência suas lutas diárias. Compreender
que a memória não é apenas um depositário de fatos dos narradores, mas, sim sua
subjetividade sendo interpretada em relação ao coletivo e que essa memória é
alvo de disputa tanto individual e socialmente, porque a memória é seletiva,
lembramos apenas o que quisermos lembrar. A História Oral se faz importante
porque através dela podemos entender as complexidades de identidades que surgem
nos processos históricos, pois, os sujeitos falam e nos apresentam suas
múltiplas identidades conforme eles vão lembrando-se das suas experiências de
vida individuais e conjuntamente.
D. Alice chegou ao Brasil em 1970 com seus pais, uma
irmã e um irmão, sendo a mais caçula. Primeiramente residiu em Santos no estado
de São Paulo juntamente com alguns japoneses que haviam chegado no mesmo
período. Como é sabido Taiwan estava em um regime político de repressão, D.
Alice veio para o Brasil porque seu pai fora preso em Taiwan sob suspeita de
organizar a independência de Taiwan da China ‘‘Meu pai tinha um amigo e esse
amigo era do subversivo queria independência, mas meu pai não sabia... Meu tio
que morava no Japão mandou um dinheirinho para meu pai e meu pai estava na
alfândega com esse amigo...Então depois de um tempo veio três na drogaria e
perguntaram o sobrenome do papai José Lin e ele disse ´´sou eu´´ e disseram vem
com a gente que você vai dar um esclarecimento. Disseram que ele ia voltar logo
mas esse voltar logo demorou 8 meses e trocando de prisões.
No momento em que seu pai foi preso, D. Alice tinha
7 anos de idade. Claramente o que ela relata é uma memória compartilhada por
seu pai com ela. Michael Pollak explica que experiências que o individuo não
participou, mas, ele sente essas memórias tão presentes nas suas vidas que as
incorporam como suas e assim constituem suas identidades [POLLAK, 1992]. Para
D. Alice a situação do seu pai foi fundamental para que eles migrassem, e ela
associa a mesma a sua própria identidade de migrante.
O sociólogo Carlos Freire da Silva explica que a
entrada de taiwaneses no país podia ser influenciada pelo fator comum entre
eles que é o cristianismo “Alguns dos primeiros taiwaneses que chegaram nesse
ciclo vieram com o auxílio de entidades religiosas cristãs, entre eles um grupo
que fundaria em São Paulo a Primeira Igreja Presbiteriana de Formosa no
Brasil.” [SILVA, 2018, p.232]. Sua família não veio com incentivos das
entidades cristãs, mas D. Alice relata que a Igreja foi um importante espaço de
solidariedade, e que ajudou sua família a se estabelecer no país.
Para pensarmos a imigração de taiwaneses nos
utilizaremos da perspectiva de Oswaldo Truzzi sobre redes migratórias que
ajudam o imigrante a se estabelecerem no local de chegada, pois são “contatos
pessoais, comunicações e favores entre famílias e amigos em ambas sociedades
emissora e receptora.” Ou seja, torna-se um dos fatores principais para quem
imigra e como escolher seu destino. ‘‘Aplicadas
aos fenômenos migratórios se aposta que as redes fornecem contextos sociais de
referência para o indivíduo que deseja emigrar, tornando-se assim um
instrumento valioso para estudar a ação social, já que elas são capazes de
condicionar comportamentos.’’ [TRUZZI, 2008] No caso dos taiwaneses a Igreja
Presbiteriana em São Paulo será um local importante para a circulação de
informações e imigrantes que chegam de Taiwan. O autor Frederico Menezes que
trabalha a imigração numa perspectiva psicológica explica que os migrantes na
diáspora tendem a se organizar em locais que podem compartilhar costumes, a fim
de afirmar sua própria identidade ‘‘Os indivíduos na diáspora passam a dar
muita importância a sinalizadores que externalizem sua identidade grupal.
Reúnem ainda em entidades que funcionam como importantes defesas contra o não
reconhecimento de uma identidade grupal, como os centros de culto às tradições
regionais e os centros de cultura deste ou daquele país.’’ [MENEZES, 2007, p.
112]
A D. Chang que chegou Brasil em 1968 na cidade de
São Paulo, e em 1969 em Manaus, ao ser indagada o porquê de escolher em falar
em taiwanês explica que “É, pra falar dessas coisas eu prefiro falar em
taiwanês né?”. Nesse sentido, seguindo a concepção do linguista George Steiner
de que ‘‘Qualquer modelo de comunicação é simultaneamente um modelo da tradução
de uma transferência horizontal ou vertical de significação. [..] um ser humano
realiza um ato de tradução, no sentido completo da palavra, quando recebe uma
mensagem verbal de qualquer outro ser humano.’’ [STEINER, 2005, p. 70] As
entrevistas com a D.Shu D. Chang são traduções de D. Alice, pois ela não sabe
falar português fluentemente apesar de estarem no Brasil há mais de 40
anos. Entendemos que ao conservar a língua
materna é uma forma de preservar sua identidade cultural, a linguista Maria
Jandyra Cavalcante Cunha explica que “Em geral, é na primeira língua que se
desenrola a vida íntima. É também na primeira língua que desempenham as funções
emotivas da linguagem, aquelas centradas nas reações do falante” [CUNHA, 2007,
p. 86]
E em relação à memória Alessandro Portelli expõe que
“A memória é mais do que um registro da experiência, do que um arquivo de
dados: ela é um trabalho incessante de interpretação e reinterpretação e de
organização de significados” [PORTELLI, 2016, p. 158]. Então há um trabalho de interpretação tanto
por parte das entrevistadas quanto pelo pesquisador em relação as suas
memórias.
Dessa forma, mesmo que as duas entrevistadas falassem
em seu idioma de origem, não podemos desvalorizar as experiências e histórias
dessas mulheres, pois são importantes para entender questões como identidade e
gênero no processo migratório desde Taiwan até a chegada em Manaus. Como o
Alessandro Portelli declara “as entrevistas sempre revelam eventos
desconhecidos ou aspectos desconhecidos de eventos desconhecidos: elas sempre
lançam nova luz sobre áreas inexploradas da vida diária das classes não
hegemônicas”. [PORTELLI, 1997]
Expressa-se que a transcrição de histórias de vidas,
como Meihy aponta “são passiveis de tratamento literário.”, as entrevistas aqui
expostas passaram por um processo de transcriação para que o leitor pudesse
compreender melhor as experiências e memórias das mulheres taiwanesas como migrantes
em Manaus. D. Chang explica que o processo de adaptação foi muito difícil para
sua família por conta da língua, e que a deixava triste ver seus filhos sendo
xingados na escola por suas diferenças culturais ‘‘As crianças iam para
escola... Voltavam tudo chorando, todos os alunos falaram que eles não entendem
nada. Ai chega em casa chorando “por que tão me xingando?. E na prova que o
professor dizia que “não entendi?’’. Chamei o diretor que toda vez que chega da escola chora porque não
entende nada ou "tá me judiando. Depois que eu souber falar eu vou judiar
de volta”. ’’
A historiadora Michele Perrot tem-nos alertado que a
mulher historicamente foi silenciada, suas vivências esquecidas, o seu ser
ignorado. E desse modo que, ao fazer uma história das mulheres taiwanesas em
Manaus é mostrar como elas estiveram e estão construindo suas histórias no dia
a dia e estabelecendo relações, inserindo-se e intervindo no mundo.
Os estudos de migração feminina são importantes para
podermos compreender como as mulheres estavam/estão participando de forma ativa
no ato de migrar, seja em migrações externas ou internas. E como elas vão
articulando as redes de solidariedade nos lugares de destino. As mulheres
taiwanesas aqui citadas eram/são muito ativas seja na sua família ou no
comercio do Centro da cidade, e ainda estabelecem uma rede de migração e
solidariedade através da Igreja Presbiteriana que frequentam. O que faz dessas
mulheres personagens importantíssimos para refletir acerca da história de
Manaus através das migrações e das relações de gênero.
Fontes
D. Alice – comerciante do Centro de Manaus possuindo
uma loja na Rua Quintino Bocaiúva. Tem 72 anos, também frequenta a Igreja
Presbiteriana de Manaus. Entrevista realizada em 13/10/2018.
D. Chang – Tem 82 anos, atualmente é aposentada, mas
antes possuía um restaurante no Centro de Manaus com o marido. Também
participante da Igreja. Entrevista realizada em 09/03/2019
Referências Bibliográficas
Raphaela Martins é pós graduanda no Programa de Pós
Graduação em História da Universidade Federal do Amazonas e participa do
Laboratório de História Oral e Audiovisual da Amazônia.
CUNHA, Maria Jandyra Cavalcanti. Memórias da
migração: a identidade em pentimento in CUNHA, Maria Jandyra Cavalcanti. Guran,
Milton. Migração e identidade. São Paulo: Centauro, 2007
MEIHY, José Carlos Sebe.“Palavras aos Jovens
Oralistas – a entrevista em História Oral”. Oralidades/USP, 3, 2008, pp.
141-150.
MENEZES, Frederico. Migração uma perspectiva
psicológica, uma leitura pós-moderna ou, simplesmente uma visão preconceituosa.
In CUNHA, Maria Jandyra. Migração e identidade: olhares sobre o tema. São
Paulo: Centauro, 2007.
PERROT, Michelle. Mulheres em movimento e viagens in
PERROT, Michelle. Minha História das mulheres. São Paulo, editora Contexto,
2007.
POLLAK, Michael. Memória, esquecimento e silencio.
Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 2, n. 3, 1989, p. 3-15
POLLAK, Michael. Memória e identidade social.
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Portelli, Alessandro. “Um ônibus vermelho: vítimas
inocentes de canhões libertadores” (p. 147-179). In: Portelli, Alessandro.
História Oral como arte da escuta. São Paulo: Letra e Voz, 2016.
STEINER, George. Entender é traduzir in STEINER,
George. Depois de Babel: questões de linguagem e tradução. Curitiba: Editora
UFPR, 2005.
SILVA,Tomaz Tadeu.“A produção social da identidade e
da diferença”. In: Identidade e diferença. Rio de Janeiro: Vozes, 2000 p.
73-102.
SILVA, Carlos Freire. Conexões Brasil-China: a
migração chinesa no centro de São Paulo. Cad. Metrop. São Paulo, v. 20, n. 41,
pp. 223-243, jan/abr 2018
TRUZZI, Oswaldo. Redes em processos de migratórios.
In Tempo Social, revista de sociologia da USP, v. 20, n. 1, 199-218,
junho/2008.
Compreender e estudar melhor sobre a diversidade dos movimentos migratórios no Brasil é fundamental para entendermos as relações culturais e sociais de nosso país. Deste modo gostaria de parabenizar primeiramente pelo respectivo trabalho, e de indagar sobre (se possível) saber mais especificamente quais atividades comerciais as entrevistadas exerciam no centro de Manaus? Agradeço desde já!
ResponderExcluirÍtalo Bezerra Oliveira
Então as entrevistadas todas elas trabalham/trabalhavam como comerciantes de artigos diversos, eletrônicos também. Mas as lojas são focadas em artigos como bijuterias, roupas e bolsas que são importados da China. E obrigada pelo comentário.
ExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirRaphaela Martins, parabéns pelo trabalho apresentado! Muito interessante trazer a história dessas mulheres, esse deslocamento que você fez, em estudar Manaus e não os grandes centros urbanos. Não tenho perguntas a fazer, somente parabenizar!
ResponderExcluirObrigada mesmo pelo comentário.
ExcluirOlá Raphaela! Primeiramente, gostaria de parabenizar pelo trabalho. A discussão sobre as diferenças entre imigração de homens e mulheres é essencial e interessantíssima. Fui pesquisar um pouco mais sobre a imigração taiwanesa no Brasil, e de fato a quantidade de material é bem escassa. A minha pergunta é:
ResponderExcluirÉ possível afirmar então que a recente imigração taiwanesa se deu, principalmente, por perseguição política, diferentemente da imigração chinesa, coreana ou japonesa, em que as pessoas fugiam da guerra e suas consequências? E sobre a questão das mulheres, consegue enxergar algum padrão?
Isabela Silva Scalioni
A imgração dessas mulheres se deu em um momento muito complicado em Taiwan politicamente então pode ter influenciado sim. Como assim um padrão, desculpe não entendi sua pergunta.
ExcluirOlá, professora!
ResponderExcluirGostaria de parabenizar pela temática e valorização da História Oral, que é uma metodologia de suma importância, pois através dela é propagado a historia, costumes e cultura de um povo, como no referido artigo das imigrantes femininas, pois sabemos que a memória é um registro que faz parte do ser humano.
Bem, vimos no artigo que um dos fatores de apoio para o processo de imigração era a adesão ao cristianismo, a igreja tinha um papel forte de solidariedade na vida das pessoas que estavam sofrendo no seu local de origem.
Nos dias de hoje diante de preconceitos e injustiças com imigrantes, a religião em si, seja ela cristã, espírita, etc. mesmo diante de embates nacionais, continuam desencadeando de forma pacífica o auxílio aos imigrantes que chegam ao Brasil ou acabam em algumas esferas contribuindo para a exclusão?
Alvanir Ivaneide Alves da Silva
Então como expliquei os imigrantes taiwaneses se encontram dentro da Igreja Presbiteriana, o que se torna um lugar de solidariedade e comunhão de costumes também. Porém eu percebi quando conversei com uma da entrevistadas que os imigrantes que não participam da igreja não são bem visto pelos taiwanesas da Igreja Presbisteriana.
ExcluirRaphaela Martins
Parabéns, Raphaela Martins pelo seu estudo. Muito interessante essa temática. Tenho duas dúvidas: 1. Quais foram os critérios definidos para a escolha das entrevistadas?; e, 2. Você confronta a fonte oral com outras fontes históricas? Se sim, quais?
ResponderExcluirPor: Raimundo Nonato Santos de Sousa
Primeiramente eu fiz um levantamento onde estavam as mulheres chinesas e taiwanesas em Manaus. Percebi que as chinesas estavam no Distrito Industrial e as taiwanesas inseridas no comércio no Centro da cidade, preferi entrevistar, no inicio da pesquisa, as mulheres taiwanesas pela facilidade de entrar em contato com elas, o que deu muito certo. Em relação as fontes, não utilizo outra fonte histórica além das entrevistas.
ExcluirRaphaela Martins.
Olá, Rapahela! Parabéns pelo texto!
ResponderExcluirSou filho de imigrante taiwanês e vi um pouco da minha identidade nele!
Minha pergunta é: Vc sabe se elas vieram pro Brasil direto de Taiwan, ou se foi necessário passar por outro país? E enquanto a história oral, como encará-la levando em conta que parte da construção de um discurso próprio com a omissão de outros? Gratisão e parabéns, mais uma vez!
Thiago Wang
A D.Alice e a D.Chang vieram diretamente de Taiwan na década de 1970, mas encontrei outras mulheres taiwanesas que passaram por outros países. Em relação as fontes orais há os silêncios e os esquecimentos que não são por acaso, então através deles podemos também interpretar as memórias e as experiências dos entrevistados.
ExcluirRaphaela Martins
Raphaela, gostaria de parabenizá-la pelo seu trabalho. É um excelente tema, que mescla imigração, gênero e História Oral, o qual este último fica nítido o domínio teórico possuído por você. Após a leitura, me surgiram umas questões que adoraria receber o seu retorno: Dentro da perspectiva das “memórias enquadradas” de Pollak e a questão da interseccionalidade de gênero, podemos afirmar que não só as mulheres são silenciadas na etapa final do processo imigratório (chegada ao Brasil), mas também em seu início (saída de Taiwan), já que a repressão política era forte à época? E que dicas de elaboração de roteiros para entrevistas você pode dar para alguém que também trabalha com imigração (japonesa), como eu? Obrigado.
ResponderExcluirRonaldo Sobreira de Lima Júnior
A repressão politica foi um dos fatores para as entrevistadas migrarem, acredito que Taiwan naquele momento não era um bom lugar para mulheres, tanto que as entrevistadas não migraram sozinhas, e sim com suas familias. Ronaldo, eu aconselho primeiro uma conversa com seus possíveis entrevistados, sem gravador. Porque a partir dessa conversa você pode ir montando seu roteiro de entrevistas. Podes fazer um roteiro, mas o interessante é deixar fluir.
ResponderExcluirRaphaela Martins